segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

História da CARTEIRA PERDIDA e UM RATO A MAIS


Histórias em QUADRINHOS e O CÃO PEQUENINO
Numa folha de papel quadriculado passa-se cada
coisa...
Às vezes, passam-se contas. É o mais normal. Nem
sempre as contas batem certo, apesar dos quadrados
quadradinhos, muito certinhos, terem sido feitos para
contas muito bem contadas, certeiras, certinhas, acertadas.
Quando a conta não está certa, risca-se ou apaga-se. A
folha quadriculada tudo consente, mas no fundo, é muito
exigente.
Mas há mais: Onde estão contas, podem estar contos...
Às vezes, numa folha de papel quadriculado, acontecem
histórias. São estas as autênticas, as primeiras histórias em
quadradinhos. Como a que vamos contar.
Numa folha de papel quadriculado dum caderno escolar,
encontraram-se um quadrado, completamente quadrado, e
um triângulo muito triângulo. E muito impertinente.
Dizia o triângulo para o quadrado:
– Estás sempre na mesma. És quadrado, só quadrado e,
dês as voltas que deres, ficas sempre quadrado. Pff! Que
figura geométrica mais sem jeito. Que monotonia.
O quadrado calado, muito calado, só ouvia.
Continuava o triângulo:
– Eu sim, sou variável. Umas vezes faço-se triângulo
equilátero. Outras, isósceles. Outras, escaleno. Sou um
triângulo de muitas formas e feitios. Gosto de variar.
O quadrado calado, calado ficou. Então o triângulo
arrebitado, espevitou-o:
– Não dizes nada? Vê-se que estás amachucado com a
minha sapiência, com a minha variedade. Não é assim, ó
quadrado?
Então o quadrado não se conteve mais e ripostou:
– Vai falando, vai, triângulo presunçoso, mas olha que
iguais a ti já eu tenho dois, cá dentro!
Então o triângulo ficou tão enfiado que pediu a uma
borracha que o apagasse.
Agora vem a história do CÃO PEQUENINO

le há cães de muitas raças. Cães de muito pêlo. Cães
de pêlo raso. Cães de grandes orelhas caídas. Cães de
pequenas orelhas espetadas. Cães enormes. Cães
minúsculos.
Pois, há tempos, eu conheci uma senhora que tinha um
cão muito pequeno. Tão pequeno, tão pequeno que a dona
do cão só com a lupa conseguia vê-lo.
– Não me dá despesa nenhuma – dizia a senhora. – Com
duas migalhas fica com a barriga cheia.
E as outras senhoras, que tinham cães, todos eles muito
maiores, e enormes contas no talho para pagar, deitavam
contas à vida e ao preço da carne e dos ossos.
Mas, um dia, a dona do cão perdeu o cão.
– Ó cãozinho!
E o cãozinho, nada.
– Ó cãozinho!
E o cãozinho, nada. Não aparecia.
Então a dona do cão ficou só. Sem cão.
Chorou.
– Não tenho cão. Não tenho cãozinho. Sou uma infeliz,
sem cão nem carinho.
Chorou mais e foi buscar um lenço para se assoar  e
limpar as lágrimas. Mas o lenço tinha um buraco.
A dona do cão foi coser o buraco. Foi buscar o dedal.
Meteu o dedo no dedal e – vejam só! – estava lá o cão a
dormir.

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